Tenho algumas memórias de infância muito legais de Natal em família. Como quando minha mãe tirava todos aqueles apetrechos da caixa e de quando ela trocava aquelas luzinhas queimadas por novas, lembro que minhas irmãs e eu tínhamos a missão de desenrolar aquele monte de pisca-piscas que ficaram o ano todo emaranhados em cima do armário, tivemos bons e divertidos momentos em família. Acredito que para muitos, essas memórias vêm acompanhadas de cheiros e sensações, sejam boas ou ruins, são as famosas marcas que toda tradição deixa escrita em nós.
Sabe do que eu não me lembro? Não lembro das orações de agradecimento pela vida de Jesus e de entoar louvores de adoração, ou então de ouvir um pouco mais sobre Ele (além de saber sobre o Seu nascimento).
Acho que não sou a única pessoa a não carregar memórias como essas…
Sem perceber, crescemos acostumados a celebrar o Natal reunindo pessoas próximas, decorando muito e comendo mais ainda. Assim, mais um Natal acontece e Jesus nem sequer foi convidado para a própria festa, afinal, o dia de celebrá-lo foi só aquele dia do espetáculo que aconteceu na igreja…
Existe uma porta que costuma ser bem espaçosa, carregada de decoração, buscando significado para muitas coisas, mas em que não se encontra realmente sentido algum. Essa porta larga nos atrai com muitos presentes e enfeites, não sou contra a árvore decorada e a casa enfeitada, mas é que quando passamos por essa porta isso tudo preenche tanto espaço e ocupa tanto do nosso tempo que acaba sendo o suficiente. Quando foi que começamos a nos contentar com o Natal ser apenas “a época mais bonita do ano”?
Durante alguns anos não tive algumas decorações em casa, ouvi tantas opiniões que me fizeram me acostumar a não ver sentido em certas coisas. Com o tempo, percebi que a maior falta de sentido está em não sabermos celebrar verdadeiramente a vida de Jesus. Busquei tanta informação sobre como não celebrar o Natal, que mesmo em meio a festa, acabei simplesmente não celebrando o motivo central. A informação mais importante de que realmente precisamos é que Jesus deve ser sempre celebrado!
A árvore na sua casa aponta para Jesus? A decoração que você fez aponta para Jesus? O momento da mesa aponta para Jesus? Seu ano inteiro já passou e apontou para Jesus?
A realidade de um Natal que passa pela porta estreita é que por essa porta entram poucas pessoas, as que estão dispostas a sair do centro e a convidar Jesus para ocupar o devido lugar na mesa (o lugar que sempre deveria ter sido Dele). Essas pessoas estão desejosas por receberem de presente uma dispensação do amor que só Ele pode nos oferecer, um amor que nos ensina a amar de forma genuína. Por essa porta existe uma decoração excepcional e momentos prazerosos em família, mas a maior grandeza do Natal é uma celebração que vai além de todos os nossos feitos simbólicos! Por essa porta existe uma memória que vai além das tradições e toca o mais íntimo de nosso ser: Jesus nasceu para que com Ele pudéssemos renascer!
Que o nosso Natal seja bem decorado, mas que não seja apenas sobre a decoração.
Que a mesa seja farta, mas que não seja apenas de comida.
Que seja rodeado de pessoas, mas que não seja de um amor fingido.
Que seja cheio de luz, mas que a principal a brilhar seja sempre Jesus.
Ele é o caminho, a verdade e a vida! Ele é o suficiente para celebrarmos com entusiasmo e o único para enaltecermos independentemente do nosso esforço para as belezas que estiverem ao entorno.
Quero muito entrar sempre por essa porta estreita e saber que quando minhas filhas crescerem, terão na memória o quanto que nos divertimos montando a decoração de Natal e em como caprichamos no jantar de ceia, mas também do quanto nos quebrantamos falando sobre a relevância de Jesus em nossas vidas e do quanto desejamos viver em comunhão com Ele.
Que sejamos todos capazes de deixar tudo maravilhosamente lindo e convidativo sem deixar esquecido o convidado mais ilustre que poderíamos receber: Jesus e o maior de todos os presentes: Sua presença!
De coração, te desejo um bom e verdadeiro Natal!
Um beijo daqui.