PANOS DOBRADOS

Minha filha ama ajudar nas tarefas de casa e isso é uma ótima oportunidade para ensiná-la a fazer bem feito, mas como qualquer criança de 3 anos, repetir a mesma tarefa algumas vezes se torna facilmente cansativo…
Com esses momentos tenho aprendido a ser sensível para identificar até onde posso ir para arrancar dela o melhor resultado e também tenho aprendido a respeitar o tempo necessário que ela levará para fazer pequenas tarefas com um resultado aceitável. As crianças desenvolvem naturalmente paixão e vontade de participar, essa motivação é suficientemente convidativa para colocá-las em ação…


Observando toda a disposição da minha filha ao dobrar panos de louça com tanto entusiasmo e se esforçando ao máximo mesmo que alguns estivessem  — na minha visão — mal dobrados, me peguei pensando em quantas vezes nós somos os perfeccionistas aborrecidos não dando lugar a um serviço leve, alegre e com coração disposto…

Nos tornamos adultos com especialidades e buscando sucesso naquilo que nós mesmos nos propusemos a fazer e a entregar. Certas habilidades conquistamos depois de muito esforço e outras crescem em nós como dom natural.
Mas quantas vezes esquecemos todo o nosso gosto pelo que fazemos e “entramos no automático” só pela obrigação de um resultado bem elaborado?

Quantas vezes nem sequer tentamos por medo de errar ou de não sair tão bem quanto imaginamos?
De onde foi que tiramos a ideia que concluir tarefas não pode ser divertido, leve e amável?!

Na minha cabeça, existem dois extremos:
1. Fazer de qualquer jeito (por pensar que resultados não significam nada)
2.
Buscar perfeccionismo custando até mesmo a paz (porque o resultado é mais importante que qualquer coisa). 

E entre esses dois extremos existe uma paz que excede todo entendimento e uma paixão que nos move a andar em amor para que o resultado seja o necessário, talvez não o perfeito que gostaríamos, mas o caminho que nos levará até ele…

Não permita que suas exigências te impeçam de curtir a viagem!
Mais importante que resultados friamente calculados são os dias gastos com paixão e empenho até chegar neles.
O nosso olhar atento para aprender e desenvolver a melhor rota também conta e conta muito!
Não é só porque temos responsabilidades que precisa custar nossa paz, nossa alegria e nosso contentamento.  

Esse é um lembrete para que você busque leveza até nas pequenas tarefas e caminhe com graça até o que é perfeito aparecer. Tem muita coisa que vamos conseguir através do nosso esforço e capacidade, mas as melhores delas não se trata de nós, trata-se de quem nos deu a vocação, a direção, o dom, a graça e nos apontou o caminho.


Faz o mais bem feito que conseguir, óbvio!
Mas pega leve com você e vê se curte essa viagem…

Um beijo daqui.

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