O BANCO DA IGREJA

Neste lugar, temos a oportunidade de nutrir uma essência de forma vagarosa. Aqui, sementes são plantadas e crescem silenciosamente. Como pais, podemos ser suporte e dar o espaço necessário para que essa semente germine ou, sem perceber, podemos sufocá-la com o excesso de informações que, por vezes, são apenas opções mais fáceis para o nosso estilo de vida…

Desprezar o banco da igreja pode ser sutil.
Passamos a não considerar tão confortável que nossos filhos estejam ali — ou que estejamos lá com eles (que, em alguns momentos, podem ser nada discretos e silenciosos). Por essas e outras razões, buscamos nos livrar de tal desconforto e, então, começamos uma busca por entretenimento contínuo, para que o tempo passe mais rápido a ponto de nem sequer perceberem que estão na igreja — seja essa nossa intenção ou não.

Automaticamente, o banco da igreja passa a ser substituído pelo reencontro com amigos, por muita informação visual e pela exigência de um espaço preparado da forma mais atraente possível.
Não considero errado termos isso à disposição para melhor atender às crianças; porém, depender disso para participar ativamente de uma igreja não deve ser um obstáculo que nos impeça de escolher a vida em comunidade.
O ambiente da igreja não deve ser a principal responsável por se tornar interessante para nossos filhos. Apresentá-la pode ser considerado uma tarefa nobre e honrada — mas não sem esforço e intencionalidade.

Com tantas questões externas, o banco da igreja é esquecido aos poucos. As crianças passam a não conhecê-lo, nem se sentirem atraídas por ele, por o considerarem um lugar apenas para adultos. E assim, a semente que carregava um grande potencial passa a ser enrijecida, esquecida e, por vezes, morta — por falta do verdadeiro ambiente que seria o maior impulsionador de seu crescimento…

Não podemos permitir que a nossa pressa por receber algo instantâneo da parte de Deus roube a semente do coração de nossas crianças.
Nosso conforto não deve ser o protagonista que nos leva a “assistir ao culto de forma mais tranquila”, servindo a nós mesmos e facilitando nossa vida a ponto de desvalorizarmos uma obra que não se resume em nós. Isso se torna mais fácil quando nos colocamos no lugar de serviço, entrega e participação ativa — e não apenas em um lugar de pedir e receber…

Nossos filhos crescerão, e nesse banco temos a chance de crescer com eles a admiração, intimidade, respeito, amor, zelo e honra pela presença de Deus. Estaremos protegendo nossos filhos quando lhes apresentarmos o Noivo da igreja, a Sua Palavra e o real motivo pelo qual nos reunimos semanalmente.

Talvez sua criança não esteja confortável no banco da igreja porque percebe que você também não está.
Realmente, é um tanto desafiador carregar os pequeninos para um culto e manter a atenção, mas a logística não pode se transformar em fator limitante — e, principalmente, não deve privar nossas crianças desse ambiente de fé.

Se sua casa está ocupada demais para admirar uma semente crescer secretamente no coração de seu filho, talvez seja hora de você se sentar, verdadeiramente, neste banco — e então convidá-lo, em amor, para se assentar com você… Aos poucos, sua criança passará a reconhecer e amar a graça de desfrutar desse lugar em unidade!

Meu desejo é que a nossa forma apaixonada de viver em comunidade alcance nossos filhos com um amor imenso pela igreja! Nunca é cedo demais para falar com nossos filhos sobre quem Deus é e sobre a esperança que Nele encontramos, Jesus é suficientemente atraente — e por isso nos unimos.

Que tal cultuar em família de uma maneira diferente no próximo fim de semana?

Um beijo daqui.

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